Ataque de inseto na cana leva à produção de proteína antifúngica

  • Pesquisadores tentam desenvolver planta capaz de resistir a ataque da broca, cuja praga está associada à presença dos fungos que causam a podridão vermelha

Quando a cana-de-açúcar sofre o ataque de broca (Diatraea saccharalis), produz proteínas antifúngicas. A descoberta de pesquisadores brasileiros foi publicadada na revista “Molecular Plant-Microbe Interactions”. O mesmo grupo de especialistas já havia demostrado que a broca desencadeava na planta a ativação de um gene que expressa a proteína conhecida como “sugarina”.

colheita da cana-de-açúcar2

Os pesquisadores chegaram a patentear uma cana-de-açúcar geneticamente modificada capaz de liberar as proteínas apenas quando a planta é atacada pelo inseto. Porém, durante as pesquisas, os especialistas descobriram que a sugarina não surtia qualquer efeito contra os insetos.

– Ficamos surpresos, pois a proteína não tinha qualquer efeito inseticida. Só então levantamos a hipótese de que talvez o gene fosse expresso para proteger a planta dos fungos que podem surgir após o ataque do inseto – disse Marcio Castro Silva-Filho, professor do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP), pesquisador que lidera o trabalho, à Agência Fapesp.

Diatraea_saccharalis_female_ventral Broca da cana-de-açúcar, Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794)

Os pesquisadores tentam desenvolver uma cana capaz de resistir a ataque de insetos. Eles observaram que a praga da broca é frequentemente associada à presença dos fungos que causam a podridão vermelha. Esta doença reduz a produção de sacarose da cana-de-açúcar. Além disso, na produção de etanol, os microrganismos invasores contaminam o caldo e concorrem com as leveduras na fermentação, afetando a produção.

Este trabalho também contou com a participação de cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em Ribeirão Preto, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas (SP). A pesquisa faz parte de um projeto de estudos sobre interações entre plantas, microrganismos e insetos, do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen). [oglobo.globo.com/ciencia/ataque-de-inseto-na-cana-leva-producao-de-proteina-antifungica]

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